Olhando para o horizonte da Agenda 2030, a Transição Energética parece ser mais difícil do que nunca. É preciso um Plano Global Ordenado.
O recente conflito bélico entre a Rússia e Ucrânia criou dificuldades adicionais para a economia global, em especial para o continente Europeu. Os altos custos de energia e a menor oferta de combustíveis fósseis elevaram os riscos de segurança energética. Além disso, esse conflito é um complicador da transição imediata para fontes de energia limpa.
Na última década, a produção de energia renovável dobrou em todo o mundo. A demanda global por energia aumentou 14% entre 2011 e 2021. Esse aumento se deve à crescente necessidade de energia e ao aumento de fontes limpas renováveis.
No entanto, os combustíveis fósseis ainda são a principal fonte de energia em todo o mundo – 82% de toda a energia – e atendem a essa demanda com altas emissões. Essa tendência levou à emissão de 5% a mais de CO2 como resultado do uso global de energia desde 10 anos atrás.
Esse CO2 extra representa 1,7 Giga Toneladas de gases de efeito estufa !
Sabemos que alguns países têm mais recursos financeiros e/ou naturais do que outros e, por esta razão, é importante considerar estas características e outros aspectos que melhor representam como eles estariam envolvidos na transição energética.
O mundo precisa pensar nas oportunidades, dificuldades e riscos associados a cada perfil de país e o seu respectivo peso no cenário da transição energética. Isso os ajudará a entender melhor a atual situação do mundo e os desafios que temos na Agenda 2030.
Este foi o objeto de estudo do relatório: The Energy Transition: A region-by-region agenda for near-term action, produzido pela consultoria internacional McKinsey & Company
Segundo o estudo, os países se dividem em cinco arquétipos principais no que diz respeito às suas oportunidades e prioridades para uma transição energética mais ordenada, vejamos:
- Países Ricos e com Segurança Energética: A solidez financeira destes países e a produção doméstica de energia sugerem um alto PIB per capita. Por causa disso, eles provavelmente não mudarão suas fontes de energia durante a próxima transição energética. No entanto, eles podem reconsiderar suas fontes de energia atuais para cumprir as metas de emissões. Respondem juntos por 8% da população global e produzem 22% das emissões globais de gases de efeito estufa (GEE). Fazem parte desta lista países como: EUA, França, Arábia Saudita, Suécia e Canadá.
- Países Ricos e com Exposição ao Risco Energético: Embora tenham um PIB per capita superior à média, estão expostos à insegurança energética. Uma possível transição pode abrir novas oportunidades para que produzam energia limpa ou promovam práticas de fabricação mais limpas. Alguns países com foco na manufatura podem incorporar essas mudanças. Este grupo de países respondem por 7% da população global e geram 13% das emissões globais. Fazem parte desta lista países como: Alemanha, Itália, Japão, Espanha e Coréia do Sul.
- Grandes economias altamente geradoras de emissões: Os principais países produtores de carvão têm sido historicamente opções de baixo custo para produzir eletricidade, no entanto, sua dependência do carvão levou a altas emissões. Fazer a transição para emissões zero naturalmente envolve encontrar um equilíbrio entre recursos mais limpos e maior demanda de energia. Somados, estes países abrigam 37% da população global e geram 40% das emissões globais de CO2 e GEE. Fazem parte desta lista países como: China, África do Sul e Índia.
- Economias em desenvolvimento e ricas em recursos naturais: Esses países têm um alto potencial para fontes de energia renováveis, como eólica ou solar. Eles também podem ter recursos naturais como metais raros que são úteis na transição energética. Por causa disso, esses países devem se concentrar na criação de uma estrutura para métodos de produção sustentáveis. Juntos, eles representam 9% da população global e 5% das emissões globais. Fazem parte desta lista países como o Brasil, México, Egito, Marrocos e Peru.
- Economias em desenvolvimento e com exposição ao Risco Energético: Muitas destas nações se concentram na agricultura e enfrentam maior risco de mudança climática. Alguns têm potencial limitado de energia renovável devido a barreiras financeiras ou recursos naturais limitados. Sua transição provavelmente dependeria do desenvolvimento de infraestrutura básica e do financiamento da adaptação às mudanças climáticas. Isso só é possível com apoio estrangeiro. Juntas, elas abrigam 11% da população global e geram 5% das emissões globais. Fazem parte desta categoria, países como Tailândia, Vietnã, Indonésia, Gana, Nigéria e Senegal
Diante de um cenário global diverso, fica evidenciado que para se fazer uma Transição Energética é preciso um Plano Global Ordenado.
Instituições Intergovernamentais, mercado privado, governos e a sociedade civil organizada possuem um papel fundamental na implementação de políticas e medidas para promover padrões de carbono e energia renovável.
A Transição Energética precisa de um Plano Global Ordenado com uma visão holística, capaz de incorporar metas para emissões reduzidas, segurança energética, acessibilidade e mitigação de vulnerabilidade.
As entidades de Ciência, Tecnologia e Inovações têm um papel fundamental na promoção de tecnologias verdes e a integração de energia renovável na vida cotidiana.
Por fim, para combinar segurança energética, acessibilidade e reduções de emissões com uma transição, toda a sociedade precisa responsabilizar seus líderes exigindo ações transparentes.
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Elaborado por Frederico Freitas
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