A Humanidade conhece o Hidrogênio há séculos. Nos dias atuais a Indústria Química é o maior demandante deste insumo. Com a grande corrida pelo Hidrogênio Verde, fica a pergunta sobre o que dará sustentação a este mercado. Vamos falar sobre os Pilares de Sustentação do Mercado de Hidrogênio Verde ?
A descoberta do Hidrogênio ocorreu em 1766 sendo atribuída físico-químico francês Henry Cavendish. Combinando metais com ácidos fortes, Henry Cavendish produziu Gás Hidrogênio (H2), que ele isolou e estudou.
Embora outros cientistas daquela época já tivessem produzido hidrogênio, Henry Cavendish recebeu o crédito pela descoberta por ter sido o responsável pela identificação e caracterização do hidrogênio como um elemento químico.
O Hidrogênio é o terceiro elemento mais abundante na superfície da Terra, entretanto maior parte deste gás está na forma de compostos químicos. Para “separar” este Hidrogênio de compostos químicos gasta-se muita energia, sendo que o custo desta energia sempre foi uma grande barreira.
A primeira grande “corrida” pelo Hidrogênio se deu durante a crise do Petróleo nos anos 1970, entretanto a oferta de petróleo teve uma melhora no médio prazo que, associado aos altos custos energéticos de produção do hidrogênio deixaram o uso deste vetor energético restrito a poucas aplicações industriais.
Mas afinal, se a descoberta do Hidrogênio ocorreu no século XVIII e o mercado utiliza este insumo, em escala industrial, deste os anos de 1970.
Por qual motivo somente agora ocorreu esta explosão de investimentos e novos Projetos de Hidrogênio Verde?
Vamos entender agora os Pilares de Sustentação do Hidrogênio Verde:
A Busca Global por uma Economia com Baixas Emissões de Carbono.
Desde o estabelecimento do Acordo de Paris, em 2015, observa-se uma escalada de iniciativas para conter o aquecimento global e isto está ligado, diretamente, à forma como a sociedade produz e consome energia.
Neste cenário, o Hidrogênio Verde produzido com fontes renováveis torna-se indispensável à medida em que a sua produção é livre de emissões de CO2 e Gases de Efeito Estufa e a sua aplicação pela indústria, resulta em uma produção industrial de Baixo Carbono.
Diversos Fundos de Investimentos já sinalizam a disponibilidade de recursos financeiros para alavancar a Economia de Baixo Carbono. Cabe destacar também a recente iniciativa da União Europeia de criar o Banco Europeu para o Hidrogênio, que nasce com caixa de € 3,0 Bilhões destinado a acelerar a produção e o uso deste vetor energético na União Europeia até 2030.
Nos EUA, o Senado Americano também aprovou um Pacote Econômico com US$ 700 Bilhões, este é o maior investimento em ENERGIA LIMPA da história dos EUA e o Hidrogênio Verde está inserido neste contexto.
Neste cenário, percebemos uma grande convergência de recursos financeiros e ações governamentais para acelerar nossa Transição Energética pela Rota das Energias Limpas que tem o Hidrogênio Verde como o grande impulsionador.
Desenvolvimento Tecnológico em Energias Renováveis
Desde a Primeira Revolução Industrial, ocorrida na primeira metade do Século XVIII, a busca por novas fontes energéticas, indispensáveis ao pleno desenvolvimento de diversos setores industriais, passou a ser a principal preocupação da nossa sociedade.
Desde então, a busca novas tecnologias para produção de Energia tem sido uma constante.
O Brasil tem um caso de sucesso ! O Programa Pró-Álcool criou combustível a partir da cana-de-açúcar, levando o país a se tornar o segundo maior produtor mundial de etanol e o maior exportador mundial.
Especificamente no ambiente das Energias Renováveis, os avanços tecnológicos levaram a enormes economias de custo dos Módulos Fotovoltaicos e dos Aerogeradores Eólicos, tudo isso graças a um ritmo, cada vez mais rápido, de progresso científico e tecnológico nos últimos 10 anos.
Desde 2010, o custo dos Módulos Fotovoltaicos diminuiu 80%, já os Aerogeradores Eólicos Terrestres tiveram uma redução de custo na ordem de 45%.
Dados estatísticos da International Renewable Energy Agency (IRENA), demonstram a queda contínua nestes custos.
Tomando como exemplo Sistemas Solares Fotovoltaicos, saímos de um Custo Nivelado de Energia (Levelized Cost of Energy – LCOE) de USD 0,381/KWh em 2010 para USD 0,057/KWh em 2020 uma queda a patamares de 85%.
O ritmo de evolução tecnológica não para e, previsões iniciais, dão conta de que, em 2023, o Hidrogênio Verde produzido com Energias Renováveis terá um custo menor do que o Hidrogênio Cinza.
Em uma análise conclusiva, percebemos uma grande disponibilidade de Recursos Financeiros Públicos e Privados voltados para impulsionar uma Economia de Baixo Carbono e avanços Científicos e Tecnológicos focados na redução dos custos de produção de Energia Renovável.
A conjunção destes Pilares constitui a Principal Sustentação para o Mercado de Hidrogênio Verde nas próximas décadas.
Acompanhe os próximos posts neste Blog para manter-se informado sobre este mercado !
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Elaborado por Frederico Freitas
O conteúdo aqui postado é apenas para fins informativos e compartilhamento de conhecimento profissional.
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